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terça-feira, julho 31, 2012

Os Bancos, o Marketing e a Felicidade!



Você é feliz no seu ambiente de trabalho? Faz tudo o que está ao seu alcance para tornar o ambiente de trabalho melhor? Sente orgulho de trabalhar no seu Banco ou Empresa? As respostas a estas questões mostram-nos o quanto ainda temos que evoluir em matéria de Marketing Interno! Ouve-se muito um discurso de que antigamente as Pessoas “vestiam a camisola” da empresa e agora não. E eu pergunto, isto será verdade? Bom, o que eu sei é que uma empresa deverá conseguir atrair os melhores colaboradores e fidelizá-los. Mesmo no contexto de crise que vivemos. Os melhores agora ainda são mais precisos! Nunca foram tão precisos como agora, tem consciência disso ?

Deverão ser promovidos internamente programas de incentivo, formação e desenvolvimento, programas de motivação que envolvam o “bem-estar” dos colaboradores e que lhes garantam a segurança nas actividades de trabalho. Mas isto bastará? Eu acho que não. Em paralelo, deverão também ser incentivados programas desportivos e sociais, de actuação comunitária, planos de carreira, de reconhecimento e crescimento. Um estudo conduzido pela GlobeScan e publicado pelo World Business Council for Sustainable, mostra-nos como a reputação social e ambiental de uma empresa tende a tornar-se, a par do salário, um elemento importante na escolha de uma organização para trabalhar. Os entrevistados mostraram-se avessos a trabalhar em empresas que consideram socialmente irresponsáveis. Mas um outro estudo, muito recente, conduzido por Teresa Amabile, professora na Harvard Business School e Steven Kramer, Investigador e escritor, autores da obra “The Progress Principle”, identificaram os 5 factores de motivação mais importantes para os colaboradores: 1) incentivos, 2) reconhecimento, 3) objectivos claros, 4) apoio profissional e pessoal e 5) a progressão na carreira e chegaram à conclusão que os executivos não entendem e não praticam técnicas de gestão e liderança com vista a uma maior motivação dos seus colaboradores. Por exemplo, apenas 8% dos executivos de topo consideram a progressão nas carreiras como um elemento de motivação, o que contrasta com a opinião dos colaboradores. Interessante, não é ?

Vejamos realmente como “os tempos” são outros. A mudança, a pressão e o ‘stress’ fazem parte do ambiente de trabalho. Por isso, há que torná-lo mais atractivo. E é possível com uma nova abordagem de marketing interno, que inclua novas formas de liderança e ‘coaching’. Quais são as verdadeiras necessidades dos seus colaboradores? Quais são os seus pontos fortes? E a suas fraquezas? De que forma é que poderão dar um melhor contributo à empresa? É precisa uma nova atitude perante a cultura organizacional, com valores favoráveis ao crescimento dos colaboradores, com planos de carreira que funcionem. Não existe certamente melhor estimulo para um colaborador que procura a excelência no seu trabalho do que uma empresa capaz de exibir, como parte da sua cultura, exemplos de carreiras de sucesso. O exemplo é uma força insuperável! Tem dúvidas ?

Assim, as empresas, os bancos, deverão desenvolver programas internos que criem competências e motivem as equipas. O objectivo deverá ser o de conseguirem que os colaboradores trabalhem com paixão e entusiasmo. Deverão ser promovidos estudos internos de medição do nível de satisfação e incentivadas as sugestões e reclamações dos colaboradores, com vista a uma melhoria contínua do funcionamento do banco. O Banco deverá “abrir-se também para dentro”, e com base no seu conhecimento, mostrar que os colaboradores são realmente importantes, não apenas nos relatórios e nas palavras, mas na realidade. Mostrar-lhes que cada um deles pode fazer a diferença, estando claro para todos qual o contributo que cada colaborador poderá dar para os objectivos globais. Neste momento você está a pensar “ah, é muito bonito dizer isso, mas na prática é impossível”. Tudo aquilo que se possa fazer para melhorar o ambiente de trabalho, ter os colaboradores mais satisfeitos e ter um grupo, ainda que pequeno, fidelizado, vale o esforço. É a única forma de um banco ou empresa conseguir criar valor no serviço que presta e, consequentemente, ter também clientes satisfeitos e fidelizados.

Assim, para além da “força” da marca, da reputação, do marketing social, da capacidade de criar parcerias, da inevitável internacionalização e da presença em novas formas de comunicação, parece-me evidente que, nomeadamente os bancos, valem tanto quanto os profissionais que conseguem atrair e fidelizar. Temos um novo desafio empresarial e sectorial que é o dos nossos bancos terem a capacidade de gerir relacionamentos internos. A questão é onde encontrar profissionais com essa flexibilidade e criatividade! Mas eles, andam aí. . .

Bom trabalho!


1 comentário:

Sérgio Martins disse...

Concordo obviamente. Foi um tema que já abordou no post "Precisamos de Endomarketing na Banca!" ao qual partilhei com diversas pessoas.
As minhas dúvidas sobre este tema passam por três questões muito simples:

1- Direcção de Recursos Humanos (DRH). Em teoria, os responsáveis pela gestão dos colaboradores. Estes têm sucesso com o seu trabalho? Estes sentem que estão próximos dos colaboradores? A centralização em Lisboa das DRH de (todos?!) os bancos favorece o sucesso destas direcções?

2- Gestores directos. Estes têm as ferramentas necessárias para manter os seus colaboradores motivados? Será que estes são incentivados a serem proactivos em termos de gestão de recursos humanos? O trabalho de motivação em pirâmide é feito, porque exigir motivação a quem não está a ser reconhecido e motivado também não me parece que seja possível a longo prazo.

3- Colaboradores. A exigência de direitos tem que existir. Exigir condições de trabalho, motivação, etc. Mas e os deveres? Somos sempre profissionais? Por o meu colega trabalhar a dobrar, implica que eu trabalhe menos?

É um tema que gera sempre muita discussão porque as respostas ao marketing interno são sempre muito ambíguas. Mas a exigência é cada vez maior nos bancos e no mercado. E se a diferenciação na banca não passa pelo produto, então só poderá passar pela marca e pelos colaboradores.

Abraço

Sérgio Martins