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quarta-feira, novembro 05, 2008

Política 2.0 – o futuro ?




No que toca à eleição do próximo presidente dos EUA não há limites. Financeiros, de marketing e de criatividade.


As recentes eleições nos EUA mostram-nos o quanto a política actua ao nível das emoções das pessoas. Neste longo e complexo processo eleitoral o que é que terá sido mais importante? As propostas de cada candidato ou a imagem? Quer o candidato republicano John McCain, como também o democrata Barack Obama investiram fortemente em técnicas de marketing político e comunicação. Foram criadas verdadeiras imagens de marca em torno dos candidatos a presidente, que inclusive atingiram níveis de notoriedade eventualmente nunca previstos. Segundo a empresa Landor, a imagem de Obama é comparável à de marcas conhecidas como Starbucks, BMW e Google, que são sinónimo de confiança e prestígio internacional. E até mesmo a imagem de John McCain é comparável com a Ford ou a AOL, empresas que assentam a sua missão muito mais nos valores americanos tradicionais. E se estes candidatos fossem actores ou personagens de ficção? O candidato Obama seria certamente James Bond e McCain um novo Jack Bauer. No que toca à eleição do próximo presidente dos EUA não há limites. Financeiros, de marketing e de criatividade. Temos mesmo assistido a um verdadeiro ‘reality show’ com produções dignas da Broadway. Mas espectáculo à parte, será que é deste tipo de política que uma das maiores potencias mundiais precisa? Será que a política se está a transformar num “teatro” onde se investem milhões? Já pensou nas escolas que poderiam ser edificadas, nos hospitais que poderiam ser equipados, nas famílias que poderiam ser ajudadas com todo este dinheiro? Será que o mundo está a caminhar no sentido certo? E à sociedade e às pessoas, o que interessa dar? Divertimento? Espectáculo?

E valores como a família, a lealdade, a amizade, a ética? Porque se estão a perder? Porque será que estamos a criar uma sociedade cada vez mais egoísta, invejosa, gananciosa? Será que é este o caminho certo ? Olhemos o caso português. E o recente exemplo do “Magalhães”. Fomos invadidos por uma série de comentários negativos sobre a empresa portuguesa que o comercializa, sobre os seus gestores, sobre o orgulho neste caso, que esperemos de sucesso, do nosso primeiro-ministro. Porque não nos congratulamos com as coisas boas que são feitas em Portugal? Porque não nos unimos? Não criamos um verdadeiro espírito de grupo português, apesar da heterogeneidade de opiniões? É este o exemplo que estamos a dar aos nosso filhos? Como é que assim podemos melhorar? Sermos uma economia forte e credível? Se o exemplo que estamos a dar valoriza o egocentrismo, a arrogância e a maldade?

Que a crise mundial que nos assola nos permita fazer uma reflexão sobre a forma como temos vivido, as prioridades que temos escolhido e os valores que estamos a passar às próximas gerações. Por isso senhores políticos, pela exposição mediática que têm, esforcem-se por ser um exemplo para o povo! E este apelo é extensivo a todos os partidos. Respeitemos a vontade das pessoas, dos eleitores, e após a tomada de posse de um governo trabalhemos todos (governo, oposição, sociedade) em conjunto para melhorar a vida dos portugueses. Lutem pela seriedade intelectual, por propostas de valor, e deixem de parte a pura retórica política, que serve meramente os egos de alguns, mas não os portugueses. Mostrem que somos uma democracia evoluída e que sabemos trabalhar em equipa, quando necessário. Sinceramente, não percebendo nada de política, parece-me que todos os grupos têm coisas boas. Há que unir e preconizar o melhor para todos, sem preconceitos de autor. Estou certo que essa nova atitude será um marco importante para traduzir à sociedade a confiança que todos precisamos. Precisamos de não estar preocupados com o destino do país. Para todos estarmos focalizados naquilo que sabemos fazer bem. Todos, juntos e unidos, podemos mostrar ao mundo, que mesmo não sendo uma grande potência económica, que temos valores, humanos e éticos, que nos tornam indiscutivelmente diferentes e melhores. Que todos possamos trabalhar e marcar Portugal pela positiva!


Artigo publicado hoje no diário económico. Deixe o seu comentário em:

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