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quarta-feira, setembro 10, 2008

Exemplo para-olímpico




A vida foi feita para ser vivida e não para parar diante das dificuldades que aliás deverão servir para testar a nossa capacidade de reacção.

Nas últimas semanas a propósito da preparação para os jogos para-olímpicos temos assistido a um conjunto de reportagens dos atletas portugueses que impressionam pela capacidade de superação das dificuldades físicas e mentais. E, claramente, um factor distintivo destas atletas é a atitude, ou seja, a forma positiva como eles encaram a vida e o futuro. Você, por exemplo, que está a ler este texto eventualmente nunca viu o mundo que nos rodeia através de uma cadeira de rodas. Mas, mesmo assim, muitas vezes terá tido uma atitude negativa e pessimista em situações críticas da vida. Já pensou que há pessoas, como alguns destes atletas, que só conhecem o mundo que nos rodeia de uma cadeira de rodas e mesmo assim conseguem ter tantas vezes uma atitude positiva ? Qual será a razão ? Porque é que muitos de nós, aparentemente sem razões para tal, não a conseguimos ter de modo consistente ? Certamente haverá muitas respostas, mas parece-me que estas pessoas pensam que o mundo não pode ser hostil e deprimente. Têm confiança e encaram a realidade do mundo de frente. É como encontrar a chave de um baú que guarda algo muito valioso! Tem a ver com a vontade de fazer, de realizar, de superar, de comunicar, de transformar os sonhos em realidade. E como podemos constatar através do exemplo de vida destas atletas, ISTO É POSSÍVEL. Diria mais, é necessário para o bem da humanidade. Só depende de nós. Um dia de frio e chuva para uns pode ser belo, para outros depressivo. Uma crítica tanto pode ser bem aceite, como considerada insultuosa. Ou seja, a atitude poderá ter a ver com a percepção e a forma como interpretamos tudo aquilo que nos rodeia.

Há tempos estava a falar com um ex-aluno e ele lamentava-se que não o deixam, nem querem que ele faça as coisas acontecer na empresa onde trabalha. E eu perguntei como é que ele estava a reagir e ele respondeu “estou a ficar desanimado e deprimido”. Caro leitor, por tão pouco ? Isto passa-se com a maioria das pessoas, infelizmente. É a cultura de empresa “à portuguesa”. E eu sei também, que apesar de parecer insignificante, quando se está a passar por esta situação não é fácil “ser feliz”, como referia este ex-aluno. Mas é nestas situações, ou noutras ainda piores, que a atitude é importante. Já pensou que ninguém é dono da sua atitude? Ela é sua, depende da sua vontade, da sua força, é você que a controla, e não o seu chefe ou os seus amigos. Assuma a condução da sua vida, pessoal ou profissional, pois a vida odeia quem se deixa levar por ela: os deprimidos, os resignados, os apáticos, os abúlicos e os inseguros. A vida foi feita para ser vivida e não para parar diante das dificuldades. Aliás, estas deverão servir para testar a nossa capacidade de reacção. Já pensou que apesar de em certas situações não poder mudar os acontecimentos, não será que pode optar por reagir a eles ? E reaja bem. Crie uma estratégia para afastar os factores negativos do seu pensamento. Pense positivo, mesmo quando o mundo parecer estar contra si. Nestas férias quando lia alguns dos trabalhos de Elwood Chapman, achei especialmente interessante algumas sugestões aplicáveis à concretização de uma atitude mais positiva. 1) Dentro de determinados limites, aquilo que imaginamos na vida é o que temos; 2) Uma imagem pode ser uma profecia de auto-realização; 3) Para fazer que qualquer coisa de positivo aconteça, devemos realmente desejar o que imaginamos. Chapman acrescentava que “cada factor positivo do seu campo perceptivo pode ser posto em prática e realçado”.

Quantas pessoas nós conhecemos cheias de coisas belas, mas inúteis ? Temos que valorizar mais os “grandes valores” (onde será que eles andam?), como a lealdade, a humildade, a perseverança, a disciplina, a coragem de fazer escolhas autênticas, o amor-próprio e aos outros, o sentido de responsabilidade, a fé na palavra dada, a integridade, a capacidade de perdoar, a riqueza emotiva, a dignidade e abertura à mudança, entre outros. Pelo que vi, neste “campeonato” os nossos atletas para-olímpicos já ganharam. Que sirvam de exemplo para todos nós!

Publicado hoje no Diário Económico:

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