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quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Precisa-se: Marketing Interactivo no Second Life !




Ultimamente temos assistido a algum sensacionalismo da imprensa internacional sobre o Second Life (SL). Por exemplo, o jornal espanhol “El País” dava destaque que o SL “está deserto” e que algumas empresas estavam a abandonar o SL, tais como o Banco Ginko, a American Apparel e o grupo de Hotéis Starwood & Resorts. Também a revista de tecnologia “Wired” informava que “mais de 85% dos avatares criados (personalidades virtuais dos utilizadores) foram abandonados”.

Ora, é um pouco o que se passou com a “Nova Economia”. São momentos de euforia e, por vezes, de alguma especulação que se criam em torno de inovações que induzem os menos sistemáticos e os menos analíticos a decisões emotivas que podem levar a maus resultados. Mas, por exemplo, empresas como a Cisco e a Nissan, foram bem sucedidas ao usar o SL, implementando estratégias de actuação de marketing pró-activas, assentes numa presença baseada na criação de interacções e experiências com os residentes.

É bom analisarmos os números. Em 2006, o SL tinha aproximadamente 100 mil residentes, dos quais apenas uma pequena percentagem era utilizador. Actualmente, o SL tem ca. 9 milhões de residentes e, até Agosto de 2007, uma média de 30 mil pessoas on line por hora, 720 mil pessoas por dia a utilizar este mundo virtual. Isto significa que acedem diariamente ao SL 8% do total de inscritos. Assumindo um cenário muito optimista que seria que há um ano atrás todos os residentes eram utilizadores diários, o número actual de residentes on line é 7 vezes superior. Palavras para quê ? Isto mostra-nos que de facto no último ano houve um crescimento do SL.

Ao mesmo tempo, se olharmos para o número de Portugueses com actividade regular no SL só em Julho último aumentou 21%, com 8.748 avatares, que representam ca. 1,6% de toda a população com actividade regular, de acordo com a Linden Lab. Proporcionalmente à sua população real, Portugal já é o 2º país com maior presença no SL, atrás da Holanda, e em tempo de permanência on-line ocupa o 14º lugar, com 200 mil horas em Julho, ou seja, cada português registado passa em média pouco mais de uma hora por mês no SL.

Neste contexto, foi com apreço que recebi a noticia que mais uma empresa portuguesa abriu portas recentemente no SL. Efectivamente, o BES é o 1º banco português a marcar presença no SL e o dia de inauguração, que contou com uma regata, com uma exposição fotográfica, fogo de artifício sobre a marina de Cascais e música durante a noite toda, superou as expectativas dos mais cépticos. Houve aqui a preocupação de criar boas experiências a quem passou pelo espaço, o que, a meu ver, elevou as expectativas e exige continuidade no futuro. Seria por exemplo importante que este banco tivesse diariamente, no mínimo, um colaborador para atender os avatares que por lá passam e para proporcionar novas experiências em harmonia com as necessidades dos visitantes, clientes ou não clientes.

Assim, o facto de haverem actualmente empresas a abandonar o seu “espaço”, deve-se a meu ver a uma entrada precipitada destas empresas, não estudada e não planeada, apenas numa perspectiva de moda e de lucros rápidos. Ora, a filosofia de actuação deverá ser bastante diferente, numa lógica de médio e longo prazo. Se, por um lado, temos no SL um público bem qualificado, hedonista e ávido por novidades, que é receptivo a novas experiências e a espaços interactivos. Por outro lado, o avanço da tecnologia possibilita hoje a criação de uma vasta gama de experiências virtuais, que torna as interacções, especialmente nos campos do entretenimento, e-commerce e e-learning, muito mais interessantes.

Assim, para as empresas obterem sucesso deverão promover estudos de mercado no SL para conhecerem melhor a realidade virtual, os residentes, e com base nesse conhecimento definir uma estratégia de actuação neste canal, em harmonia com a estratégia de marketing global da empresa. E, desta forma, poderão no tempo obter o retorno esperado.

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in Diario Económico - 12-09-2007

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