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sexta-feira, abril 07, 2006

CTT pressionam CGD a avançar para Banco Postal

Os CTT estão a pressionar a Caixa Geral de Depósitos para avançar com o Banco Postal. O presidente dos CTT, Luís Nazaré, assegura que o Banco Postal estará concluído até ao final do ano, apesar de ainda não terem licença do Banco de Portugal. A Caixa exerceu direito de preferência em Março do ano passado CTT pressionam CGD a avançar com Banco Postal até ao final do anoOs CTT estão a pressionar a Caixa Geral de Depósitos (CGD) para o arranque do Banco Postal (BP). Com grupos de trabalho constituídos há quinze dias, sem plano de negócios e licença do Banco de Portugal, Luís Nazaré anunciou recentemente que a instituição será criada até ao final do ano.Mas do lado da CGD não há movimentações. O Jornal de Negócios sabe que não está, por enquanto, a ser trabalhado nada no banco estatal. E as palavras do presidente da CGD, recentemente, em entrevista ao Jornal de Negócios, são claras. O responsável não deu garantias de que o projecto avançasse e lembrou que primeiro há que perceber o que não correu bem para evitar que se cometam os mesmos erros.O Jornal de Negócios sabe também que não foi ainda feito ao Banco de Portugal (BdP) o pedido de obtenção de licença bancária, informação que o regulador não quis confirmar. Esta autorização pode levar seis meses, ou até 12, caso sejam so-licitados elementos adicionais. O BP ficou sem licença para operar quando encerrado em 2003.Apesar de todos estes constrangimentos, os CTT estão confiantes de que, com boa vontade de ambas as partes, será possível concretizar o objectivo de ter o BP a funcionar ainda em 2006.Certo é que, agora, todo o processo terá de ser recomeçado. Terão, por exemplo, de ser entregues ao BdP documentos como o programa de actividades, que ainda não existe. Não se sabe ainda, por exemplo, qual será o negócio core e a estratégia escolhida para o BP entrar no mercado.Os Correios têm razões para temer pelo arrastar do projecto. Sobretudo pela experiência recente do falhanço da primeira tentativa de avanço do banco, que acabou por fechar. E que foi atribuída na altura em boa parte ao desinteresse da Caixa em avançar.A CGD suporta, no entanto, desde 1998, a imposição do accionista Estado para ser ela a avançar ao lado dos CTT no projecto deste de criar uma rede própria de distribuição de produtos bancários, à semelhança do que existe noutros países. Mas o interesse em avançar é hoje, como sempre foi, sobretudo dos CTT.Por um lado, a nova instituição pode canibalizar parte do mercado da CGD. Por outro, a CGD tem já planeado um investimento de abertura de 90 balcões, sobretudo em Lisboa e no Porto. Aliás, das mais de mil estações dos CTT, hoje apenas 100, aproximadamente, têm capacidade para albergar o Banco Postal, segundo fonte envolvida no processo. É que, consequência da legislação bancária, o BP terá de ter balcões próprios, dentro das estações.A CGD terá, aliás, exercido o seu direito de preferência, em 2005, quando os CTT tentaram avançar com o Banif maioritariamente para garantir que outro banco não ficasse com aquela rede.Para os CTT, o banco postal representa uma oportunidade preciosa de encontrar novas fontes de receita numa altura em que a sua actividade por excelência, os correios, têm cada vez menos negócio.No entanto, a manutenção de boas relações com os CTT é determinante para a parceria que ambos possuem nos seguros. CGD e Correios têm um acordo de exclusividade para a venda de produtos Fidelidade-Mundial aos balcões dos CTT, que foi até recentemente alargado aos ramos não vida. Determinante para a CGD, este acordo terá em breve de ser renegociado, uma vez que termina no final deste ano.Para os CTT, avançar sem a CGD implica encontrar outro parceiro. Apesar de Luís Nazaré ter chegado a dizer no ano passado que avançaria mesmo sem outro parceiro, a verdade é que o BP não pode existir sem a ligação a uma instituição bancária. Se é verdade que noutros países os correios distribuem produtos bancários, em Portugal o regulador garante que apenas as entidades bancárias podem receber depósitos, conceder crédito ou emitir cartões de pagamento.

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