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quinta-feira, março 09, 2006

Hard discount declaram guerra aos hipermercados

O Governo aprovou a instalação de mais 96 superfícies comerciais, sendo que 44 autorizações destinam-se à abertura de unidades de retalho alimentar, 48 referem-se à instalação de lojas de retalho especializado, três a centros comerciais e uma licença para uma unidade grossista, soube o DE. Os operadores de hard discount obtiveram 25 licenças de abertura, ou seja mais de metade das licenças concedidas ao retalho alimentar. Desde a entrada em vigor do actual regime de licenciamento comercial, as empresas de hard discount já contabilizaram 160 autorizações de instalação.

De acordo com a última actualização da lista de autorizações concedidas ao abrigo da nova lei (com data de segunda-feira), verifica-se que os operadores de hard discount continuam a aproveitar as oportunidades concedidas pelo regime para fortalecerem a sua posição no mercado nacional e, assim, aumentarem a sua quota na área alimentar. Isto apesar de alguns operadores deste segmento de mercado terem criticado fortemente os critérios da lei para a abertura de unidades, que consideraram serem prejudiciais à sua expansão.

O segmento de hard discount tem ainda um vasto espaço de crescimento em Portugal. Além de possuir uma quota de mercado bastante mais baixa (10%) que em outros países da Europa (na Alemanha, é da ordem dos 30%), os consumidores estão cada vez mais preocupados com o preço do cabaz alimentar. Os operadores de hard discount são, a esse nível, quase imbatíveis.

A gigante alemã Aldi obteve mais duas licenças para instalar lojas alimentares de 900 metros quadrados, totalizando agora quatro. O Lidl, do grupo alemão Schwarz, conseguiu mais seis autorizações, passando a contabilizar 50. Já o Minipreço, do grupo Dia (detido pelo francês Carrefour) foi alvo de 12 autorizações, o que perfaz 51. A insígnia Netto, detida pelos Mosqueteiros, aumentou para nove as licenças, ou seja mais quatro. Ao Plus, dos alemães da Tengelmann, foram concedidas outras três licenças, totalizando actualmente 46. Saliente-se que algumas das licenças referidas já estão materializadas em unidades em funcionamento.

As empresas de hard discount têm apostado em localizações ainda com pouca oferta. Aprovação de shoppings mantém-se restrita. A abertura de centros comerciais continua bastante limitada, apesar do interesse dos promotores do sector em avançar no terreno com a construção de mais shoppings. Os últimos dados da Direcção-Geral da Empresa revelam que foram aprovadas outras três instalações de conjuntos comerciais, que se juntam às seis autorizações já concedidas.

Em Évora, foi aprovada a abertura do Évora Fórum, centro comercial com pouco mais de 19 mil metros quadrados. Em Paços de Ferreira, nascerá na o Ferrara Plaza, com uma área superior a 32 mil metros quadrados e em Santarém (Atalaia) está autorizada a construção do Galaxy Shopping, com quase 21 mil metros quadrados. Dentro da nova lei, o Governo aprovou a instalação de pouco mais de 155 mil metros quadrados de área comercial inserida em shoppings.

Os projectos dos principais operadores desta área, como a Sonae Sierra ou a Amorim Imobiliária, não foram mais uma vez contemplados.

Os hipers:
- O Carrefour- obteve uma licença para a instalação de um hipermercado com 4.250 metros quadrados, inserido dentro de um shopping a desenvolver em Paços de Ferreira.

- A Modelo Continente reforçou as autorizações ao nível do retalho especializado, área onde pretende crescer. A retalhista continua a ser a empresa que possui mais licenças.

- A Auchan continua apenas a contar com quatro licenças para a abertura de hipers Jumbo e outras quatro para unidades Box.

- JM reforça rede Pingo Doce. A Jerónimo Martins obteve doze novas licenças para a abertura de supermercados Pingo Doce nesta última revisão da lista de autorizações para a instalação de unidades comerciais. Desde o início do processo de aprovações ao abrigo do actual regime de licenciamento comercial, a insígnia Pingo Doce já foi contemplada com 32 licenças. O fortalecimento da rede de supermercados Pingo Doce no país poderá constituir uma forma do grupo Jerónimo Martins combater o reforço da presença das operadoras de hard discount. A insígnia iniciou uma alteração de estratégia em 2002, embora com mais notoriedade no ano passado, tendo apostado numa política de preços bastante concorrenciais, sem descurar o ambiente das lojas ou a qualidade dos produtos, salientou fonte oficial da empresa. Já para a insígnia Feira Nova, a JM obteve cinco novas autorizações de abertura, num total de 23 aprovações desde a entrada em vigor da nova lei de licenciamento comercial. A JM irá também abrir uma unidade Recheio, dedicada ao comércio grossista, no Algarve. Das 44 licenças concedidas a lojas alimentares nesta revisão de Março, a JM viu-lhe atribuídas 17 autorizações, o que significa 39% do total, salientou fonte oficial do grupo. Desde o início do processo de aprovações, a JM viu aprovados 85 mil metros quadrados de superfície consagrada ao retalho alimentar, num total autorizado de 322 mil metros quadrados. O grupo de distribuição português também obteve uma licença para a abertura de uma unidade Hussel (chocolates) e para a instalação de uma loja Electric Co (electrodomésticos) e duas para a New Co (têxtil). Segundo a mesma fonte, a JM contabiliza um total de três licenças para a insígnia Electric Co (duas já em funcionamento) e quatro para a New Co (duas abertas).

Adaptado de Sónia Santos Pereira in Diário Económico

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